Cirurgião do Aparelho Digestivo
Cirurgia de Fígado, Vias Biliares e Pâncreas

CIRURGIA HEPATOBILIOPANCREÁTICA
Tratamento cirúrgico de fígado, vias biliares, vesícula biliar e pâncreas.
A Cirurgia Hepatobiliopancreática é uma área da Cirurgia do Aparelho Digestivo, que trata patologias benignas e malignas do fígado, vias biliares e pâncreas. Para a realização desta cirurgia é necessário um alto grau de especialização e habilidade do médico especialista.
CIRURGIAS DE FÍGADO
CISTOS HEPÁTICOS
Os cistos hepáticos são lesões comuns no fígado. São classificados como infecciosos ou não-infecciosos, e o subtipo mais comum é o Cisto Simples. Em geral os cistos hepáticos simples tem tratamento conservador e não necessitam de cirurgia. Cistos que geram sintomas, complicam ou são muito grandes podem necessitar de procedimento cirúrgico.
Cisto Hidático
É um tipo de cisto hepático que é causado pela infecção por um parasita chamado Echinococcus granulosus. A cirurgia é um dos tratamentos possíveis, podendo retirar o cisto, uma parte dele ou até o segmento do fígado afetado.
Caso de Ressecção de Cisto Hidático
Cistoadenoma ou Neoplasia Cística Mucinosa Hepática
Patologia rara e considerada neoplasia benigna, mas com potencial de malignização. É mais frequente em mulheres. Podem atingir grandes volumes, causando dor e aumento do volume abdominal. Pelo risco de transformação maligna (Cistoadenocarcinoma) e quando há suspeita diagnóstica, na maioria dos casos, indica-se a ressecção cirúrgica dessas lesões.
Doença Policística Hepática
A Doença Policística do Fígado é caracterizada pela presença de múltiplos cistos simples no fígado, podendo ou não estar acompanhado de doença policística renal. A grande maioria dos pacientes não irá necessitar de tratamento, apenas acompanhamento da doença. Entretando, na vigência de complicações (sangramento, infecção, dor, saciedade precoce) é possível haver a necessidade de tratamento invasivo. O tipo de tratamento é dependente da conformação e número de cistos relacionado a presença ou não de sintomas; podendo variar desde a punção de cistos dominantes até a necessidade de transplante hepático.
Caso de Tratamento Cirúrgico da Doença Policística Hepática
NÓDULOS HEPÁTICOS BENIGNOS
Os três tipos mais comuns de tumores hepáticos benignos são = Hemangioma, Hiperplasia Nodular Focal e Adenoma Hepatocelular. Conheça cada um deles.
Hemangioma
É o tumor benigno mais comum no fígado e as mulheres são mais acometidas que os homens. A grande maioria dos pacientes são assintomáticos e mesmo lesões grandes não necessariamente precisam de tratamento. Pacientes com sintomas (dor abdominal, saciedade precoce) podem ser avaliados quanto a possibilidade de ressecção dessas lesões.
Adenoma Hepático
É patologia benigna hepática rara, ocorrendo mais comumente em mulheres entre os 30 e 40 anos. Existe uma correlação positiva entre o uso de contraceptivos orais e seu aparecimento e crescimento (principalmente aqueles que apresentam receptores de estrogênio em sua composição). Seu diagnóstico, na maioria das vezes, é incidental durante realização de exames de imagem do abdômen por outro motivo. É importante seu diagnóstico e avaliação por profissional habilitado, já que há o risco de transformação maligna dessas lesões. Além disso, são lesões que apresentam risco de sangramento espontâneo. A indicação de tratamento se dá em Adenomas grandes, de crescimento progressivo ou nas lesões que tem maior risco de transformação maligna.
Caso de Ressecção de Adenoma Hepático
Hiperplasia Nodular Focal
Dentre os tumores benignos hepáticos, é a segundo mais comum após o hemangioma. À semelhança do que ocorre com os hemangiomas, é patologia sem risco de malignização e que na grande maioria dos casos não necessita de tratamento. Indicamos algum procedimento invasivo apenas nos casos sintomáticos.
Caso de Ressecção de Hiperplasia Nodular Focal
NÓDULOS HEPÁTICOS MALIGNOS
Carcinoma Hepatocelular
É o 6º câncer mais incidente mundialmente. Dentre as neoplasias primárias hepáticas (ou seja, que se formam no fígado), é a mais comum, perfazendo cerca de 80% de todos os casos. A cirrose hepática – doença hepática crônica em seu estágio final – é o principal fator de risco para a ocorrência desse tipo de câncer. Importante lembrar dos fatores etiológicos da cirrose: infecção pelos vírus da Hepatite B e C, esteatose hepática (famosa “gordura no fígado”), hemocromatose, abuso de álcool, doenças autoimunes, contaminação de alimentos por aflatoxinas. No Brasil, a grande maioria dos casos de Carcinoma Hepatocelular se dá em pacientes com Infecção pela Hepatite C e naqueles usuários de álcool. O diagnóstico é feito por exames de imagem, principalmente Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética. Como tratamento, há diversas opções disponíveis dependendo do caso. Citando os tratamentos com intenção de “curar” o tumor, temos o Transplante de Fígado, Ressecção Cirúrgica do Tumor e os Procedimentos Ablativos (alcoolização, radiofrequência, ablação por microondas). Fundamental a avaliação com especialista para o melhor manejo dessa patologia.
Caso de Ressecção de Carcinoma Hepatocelular
Colangiocarcinoma Intrahepático
O colangiocarcinoma intra-hepático (CCA) é um tipo de câncer que se origina nos ductos biliares dentro do fígado. É a segunda neoplasia primária hepática mais comum a ocorrer no mundo, perdendo apenas para o Carcinoma Hepatocelular.
Cerca de 60-70% dos pacientes não apresenta fator de risco identificável na história clínica, o que dificulta o diagnóstico precoce dessas lesões. Dentre os fatores de risco conhecidos, podemos citar: Colangite Esclerosante Primária, Hepatolitíase (cálculos nas vias biliares intrahepáticas), Cistos de Colédoco, infecções por alguns parasitas hepáticos, infecção pelo vírus da hepatite C e B, cirrose, diabetes , obesidade, álcool e tabagismo.
Os principais sintomas são dor abdominal, icterícia (cor amarelada da pele com quando esses tumores obstruem as vias biliares), perda de peso, fadiga.
O diagnóstico é feito através de exames de imagem do abdômen contrastados como a Tomografia Computadorizada de Abdômen e a Ressonância Magnética.
O grande tratamento para essas lesões é a ressecção cirúrgica, com procedimentos como Quimioebolização, Radioterapia e Radioembolização reservados para pacientes não ressecáveis.
Câncer da Vesícula Biliar
O câncer de vesícula biliar é uma doença rara, mas agressiva, que tem como fatores de risco: história familiar positiva, presença de cálculos na vesícula biliar, inflamação crônica e pólipos. Seu diagnóstico pode ser incidental, após remoção da vesícula biliar por pólipos ou pela presença dos cálculos; ou pela presença de sintomas, que normalmente denotam que a doença já se encontra em estágio avançado: dor abdominal, vômitos, icterícia (cor amarela da pele/escleras). O diagnóstico é feito pela avaliação da vesícula biliar após a colecistectomia ou por exame de imagem, que demonstra lesão tumoral junto ao órgão (Tomografia Computadorizada de Abdômen ou Ressonância Magnética).
O tratamento com intenção curativa é cirúrgico. Dependendo do estágio da doença, a simples retirada da vesícula biliar já é o suficiente; em casos avançados pode ser necessária a retirada de grande parte do fígado para termos uma cirurgia oncologicamente adequada. Em casos em que não é indicado a cirurgia, podemos lançar mão de tratamentos como quimioterapia e radioterapia.
Caso de Ressecção de Tumor de Vesícula Biliar
METÁSTASES HEPÁTICAS
Metástases são lesões malignas originárias de tecidos outros que não o fígado, neste caso. Quando se fala em Câncer que ocorre no fígado, são as lesões malignas mais comuns. As neoplasias malignas que mais geram metástases para o fígado, em ordem de incidência, são o cancer colorretal, câncer de pâncreas, câncer de mama, melanoma e câncer de pulmão. Dependendo da origem da neoplasia, o tratamento muda radicalmente. Sendo assim, fundamental avaliação com profissional experiente na área.
Metástases Hepáticas de Carcinoma Colorretal
O tratamento das metástases hepáticas de carcinoma colorretal tem evoluído significativamente, com o objetivo de prolongar a sobrevida dos pacientes e, em muitos casos, alcançar a cura. As metástases hepáticas são a forma mais comum de disseminação do carcinoma colorretal, e sabe-se que até 50% dos pacientes com essa neoplasia irão desenvolver metástases no curso da doença. Existem várias estratégias de tratamento que podem incluir a associação de quimioterapia/imunoterapia com a ressecção cirúrgica das lesões, tratamentos ablativos como a Radiofrequência ou a Ablação por Microondas, e até o Transplante de Fígado. A avaliação deve ser sempre multidisciplinar, com o objetivo de instituir o tratamento com as melhores possibilidades de cura.
Caso de Ressecção de Metástase Hepática de Câncer Colorretal
TRANSPLANTE HEPÁTICO
O transplante hepático é um procedimento cirúrgico no qual um fígado doado é implantado em um receptor cujo fígado original não está funcionando adequadamente. Este processo é realizado para tratar doenças hepáticas graves, incluindo cirrose em seu estágio final e suas complicações (ascite refratária, hemorragia digestiva alta, encefalopatia hepática, etc) tumores hepáticos e algumas condições genéticas.
O transplante pode ser feito com doadores com diagnóstico de morte encefálica – quando é retirado o fígado inteiro e eventualmente outros órgãos desse doador – em que o fígado inteiro é transplantado para o receptor; e na modalidade doador vivo, em que um doador aparentado ou não ao receptor doa parte de seu fígado. Por óbvio, é necessário extensa avaliação médica e psicológica para garantir a compatibilidade e saúde adequadas de ambos pacientes.
Os receptores de transplante hepático precisam tomar medicamentos imunossupressores ao longo da vida para prevenir a rejeição do novo fígado pelo sistema imunológico.
Quando falamos em sobrevida, os dados internacionais dão conta que 90% dos pacientes submetidos ao transplante hepático estão vivos ao fim de 1 ano pós procedimento, que é resultado muito bom para o tipo de procedimento o qual são submetidos esses doentes.
Após o transplante hepático, os pacientes passam por um período de recuperação que inclui acompanhamento médico regular, ajustes na medicação imunossupressora e cuidados com a saúde geral.